Cultura Afro-mesquitense

E por falar em Diversidade, é com muito orgulho que aqui em Mesquita, mais precisamente no bairro do BNH, temos uma comunidade cigana, a familia Stanescon.

POVO CIGANO 
 
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Morando há mais de 60 anos em Mesquita, 17 anos no bairro BNH, a simpática família Cigana Stanescon, tem orgulho do seu povo.             


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Morando há mais de 60 anos em Mesquita, 17 anos no bairro BNH, a simpática família Cigana Stanescon, tem orgulho do seu povo. Manoel Stanescon ou Manolo, como é carinhosamente chamado pelos familiares, é o patriarca da família. Pai de 14 filhos, ele nunca deixou a tradição fugir dos seus descendentes. “Na nossa família, mulher só casa com grinalda na cabeça se for pura”, disse, taxativo. 
A filha Yordana Stanescon Neta, explica a diferença entre as famílias “comuns” e a família cigana: “São vários os pontos fortes da nossa tradição: a virgindade da mulher que é exigida para se casar, o casamento só pode ser entre ciganos, por isso na maioria das vezes a união é entre primos e o respeito ao mais velho. O mais velho é mais sábio, é dele que vem a sabedoria”, disse. 
A cultura cigana vem de vários países, Grécia, Rússia e o dialeto usado vem do Grego antigo, chamado de Romanês. Segundo Yordana, alguns falsos ciganos se fazem passar por ciganos verdadeiros, porém dá para perceber porque eles não falam Romanês. Elizabeth Stanescon, nora de Manolo, explica como é o ritual do casamento cigano. “Os ciganos celebram o casamento na Igreja católica e pode-se comemorar em clubes onde o mais velho, realiza a celebração. São três dias de festa para o casório. No 1º dia, os convidados (familiares e algumas pessoas queridas da família, sendo ciganas ou não) celebram os noivos com muita dança, alegria e comida típica farta.
À noite, só os padrinhos ficam presente esperando  para ajudar na 1ª noite da noiva ao lado do noivo. No total são dois padrinhos e 2 madrinhas de nossa confiança. Eles ajudam tirando qualquer tipo de objeto que possa ser cortante, como grampos, brincos da noiva e nela colocam uma anágua. Os pais e os padrinhos aguardam num lugar reservado até que o noivo chama a mãe para que seja comprovada a virgindade da moça, através da anágua manchada de sangue”, contou. Yordana, afirma que Deus sabe a responsabilidade da tradição cigana, e que nunca em sua família aconteceu de uma mulher não comprovar sua pureza. No 2º dia de festa, é mostrada somente para as mulheres da família a comprovação da virgindade noiva. Já no 3º dia, encerrando as comemorações do casório, a reunião é mais reservada, só participa a família.  
Como antigamente, a tradição cigana faz com que os pais do noivo escolham a noiva do filho. Durante o espaço do noivado até o casamento, não há nenhum contato físico entre eles. “Eles só se encontram nas festas da família, não existe abraço, nem beijo. O noivo só pode beijar a noiva depois de casar”, explicou Elizabeth. 
Filho de Yordana, Hélio Michel Stanescon, 21 anos, se casou com 17 anos com a prima Kátia Cristo. O casamento entre ciganos geralmente ocorre cedo. Hoje, com 21 anos, ele é pai dos quadrigêmios; Pablo, Patrícia, Priscila e Paloma de 9 meses. Questionada se já houve algum caso na família em que o filho ou a filha não aceitou a escolha dos pais, Elizabeth afirmou que não. “A mulher cigana convive na sociedade como os outros. Nós não paramos no tempo, antes as mulheres não podiam estudar, hoje elas podem. Minhas filhas estudam, mas desde cedo foi passada para elas a tradição do nosso povo. Elas não podem se envolver com nenhum rapaz que não seja escolhido por nós, ou não seja cigano”, citou um exemplo. Em contrapartida, os pais da noiva ainda cultivam outros costumes, como o pagamento do dote aos pais do noivo.
Como na nossa sociedade, não é cobrado para o homem a virgindade. A mulher cigana aprende tudo com seu marido e a ele deve todo respeito. Depois do casamento a nora vira uma espécie de filha para os sogros, sendo mais presente na vida dos pais do marido do que a da sua própria família. Os ciganos não se vestem sempre com suas roupas típicas, bem coloridas e alegres. No dia a dia, eles usam calça, camisa, menos roupas que exibam o corpo como saias curtas, shorts e decotes. Em ocasiões especiais, que eles colocam os trajes típicos, geralmente em festas da família.
Extremamente supersticiosos, o povo cigano não gosta de falar em coisas negativas, adoram dançar e fazer festa com comidas tradicionais como Sarmália (repolho recheado com carne de porco e temperos), Sivíaco (um doce feito com farinha de trigo recheado com queijo minas) e o chá cigano que pode ser de morango, maçã, uva, pêra ou limão que é feito no Samováre, uma espécie de chaleira usada pelos ciganos. Os homens ciganos geralmente trabalham com uma profissão que esteja ligada a motor, ou trabalho pesado, como manutenção de tratores, escavadeiras. Já as mulheres, nunca abandonam o que pode ser herdado da mãe: a leitura de mão, Jogo de Tarô ou Búzios. Elizabeth diz que não são todas as mulheres ciganas que conseguem desenvolver o dom e que também são poucas as mulheres que trabalham fora de casa.

O dia de Santa Sara, dia 25 de maio , Padroeira dos Ciganos é comemorado com muita festa por todos os ciganos no mundo inteiro. Para família Stanescon esse dia também é de grande celebração com a família.

Yordana dá consultas em sua residência, com tarô cigano e leitura das mãos. Os interessados devem agendar uma consulta através do número: (21) 2697-8782 ou (21) 9227-9661

Por jornalista Bianca Vitoria
Fotos Bianca Vitoria e arquivo


FOLIA DE REIS


Uma tradição iniciada no Brasil colonial, a Folia de Reis, continua a encantar moradores da Baixada Fluminense. Vários municípios contam com a Folia de Reis, inclusive Mesquita com a Folia de Reis 7 Estrelas do Rosário de Maria.


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Vindo de Itaperuna para Mesquita, o Folia de Reis é uma tradição da Família de Mariana Neves, 86 anos. As Folias de Reis preservam a tradição de visitar casas para anunciar o nascimento de Jesus Cristo. A Folia de Reis foi trazida pelos colonizadores portugueses, mas ganhou traços próprios no Brasil. A cerimônia começa com um canto de abertura, que conta a história do menino Jesus e dos três Reis Magos. A Folia de Reis conta a história da viagem dos Reis Magos à gruta de Belém. Segundo a tradição católica, os magos eram três: Belchior ou Melchior, rei da Núbia, Arábia, levou como presente ouro; Baltazar, Senhor da Etiópia, negro Africano, levou incenso; e Gaspar, rei de Tarso, o mais moço levou mirra.
Vestindo uniforme branco para visitar as casas que solicitam a presença dos foliões que levam alegria e cantigas no Ano Novo, a família é bem recebida com quitutes e de forma carinhosa. Segundo Elisângela, que participa da folia desde que nasceu, há 18 anos, a forma com que as pessoas recebem os foliões é muito bonita. “Eu conto os dias para as visitas, fico muito feliz em levar alegria para casa das pessoas”. No Natal os foliões se vestem de azul para comemorar o nascimento de Cristo. Toda Folia de Reis tem que ter um nome para sua bandeira. O nome 7 Estrelas de Maria foi escolhido pelo falecido esposo da matriarca Mariana.

No total são 39 foliões que levam alegria para as ruas do município de Mesquita. Os foliões vão a festas em vários meses e em vários lugares.As visitas são marcadas com antecedência para que tudo seja bem organizado. Tarau, caixa, viola, bumbo, triângulo, sanfona, pandeiro, são alguns dos instrumentos tocados nas visitas dos foliões. As crianças fazem o papel dos palhaços que garantem a animação da festa. Com vários troféus, eles já se apresentaram em Itaboraí, Silva Jardim, Paraíba do Sul, Miguel Pereira e Vassouras. Infelizmente a falta de verba faz com que o grupo de foliões deixe de se apresentar por falta de condução e roupas para novas apresentações. Mesmo assim, essa família guerreira, que enfrenta várias dificuldades não deixa a tradição morrer em Mesquita.
No dia 1º de janeiro de 2006, a Folia de Reis 7 Estrelas de Maria se apresentou na Praça da Bandeira em Vilar dos Teles. Na próxima sexta, dia 6 de janeiro, será a vez da Vila Rosário, em Duque de Caxias. De acordo com a matriarca Mariana o Folia de Reis 7 Estrelas do Rosário de Maria a única folia que ainda existe em Mesquita, vai sempre existir pois será passado de geração para geração. “Meus filhos, netos e bisnetos já fazem parte, todo grupo é formado pela nossa família. Nós amamos o município, e iremos sempre levar alegria para todos” -contou orgulhosa.

Por jornalista Bianca Vitoria - Fonte: Portal da Prefeitura
Fotos Bianca Vitoria e arquivo



Matéria sobre apresentação da Folia CLIQUE AQUI

Mais informações sobre as Folias de Reis na Baixada Fluminense, CLIQUE AQUI

Um comentário:

  1. Adorei ver minha matéria em seu blog divulgando as diversidade de cultura do nosso país. Obrigada por citar a autoria. Muitas vezes minhas matérias não aparecem com crédito e isso se torna um aborrecimento.
    Parabéns pelo blog!
    Grande Abraço
    Bia Vitoria

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