O
Ouri pertence a uma família de jogos de tabuleiro designados por
Mancala. A família do Mancala é muito antiga e a sua origem é incerta,
no entanto, admite-se que tenha sido inventado pelos egípcios. Mais
tarde, foi introduzido na Ásia, nas Filipinas e na África Negra.
No século XVI, através dos escravos negros, chegou à América e às Antilhas. Hoje, joga-se o Mancala em quase todas as regiões africanas. O nome varia de país para país e até de tribo para tribo, com algumas variantes, embora as regras, no essencial, sejam as mesmas. Há regiões africanas onde se jogam variantes em tabuleiros, com vários buracos e sementes em número proporcional aos buracos. Para Cabo Verde, foi levado pelos povos da Costa da Guiné, que foram povoar o arquipélago no século XV. Os nomes de Oril, Uril, Ori, Oro, Ouri ou Urim, entre outros, coincidem com a especificidade de cada ilha, de Cabo Verde. No continente africano recebe também designações diversas, nomeadamente “awalé ou awélé” (Costa do Marfim) e “N’Golo” (Congo Kinshasa). Das muitas designações apresentadas, decidimos adotar a seguinte: “Ouri”.
O caboverdiano José Miguel, mais conhecido como Zé, vigia da Escola Estadual Municipalizada Santos Dumont, onde ocorre o Projeto ÁFRICAS; projeto que visa mostrar aos alunos a importância da África e toda a sua rica cultura, através de peças teatrais, exibição de filmes e outras atividades lúdicas e educacionais, é o responsável por inserir um pouco da cultura africana, através do jogo Ouri, para alunos e professores da Escola. A diretora do colégio, Cintia Mariane, sabendo que José era caboverdiano, perguntou se ele sabia de algum jogo popular do seu país de origem, e obteve uma surpreendente resposta: “ ...ele disse que não. O Ouri tem vários nomes e quando descobrimos que Ouri poderia ser um jogo desses, ele não se recusou a ensinar.” No dialeto Criol, falado em Cabo verde, o jogo se chama Ouri.
Zé então passou a orientar as crianças do projeto AFRICAS em uma oficina de Ouri. Um mês depois quase 300 crianças já estavam participando da oficina, sendo elas da 1º até a 5º série do Ensino Fundamental. Além, de terem aulas de como jogar Ouri, as crianças também são orientadas a fazer seu próprio tabuleiro com materiais recicláveis. O projeto AFRICAS tem como finalidade mostrar as coisas boas do continente, não vislumbra a tristeza, mas sim as coisas boas da África, principalmente sua diversidade cultural. O AFRICAS (com S) está no plural, pois quer mostrar como um continente, que foi sinônimo de destruição e pobreza, é multiétnico e com muitas coisas boas que devem ser compartilhadas com o mundo. O Ouri está muito além de um jogo, é uma atividade pedagógica, pois além da cultura
africana, os alunos também estão
aprendendo raciocínio lógico e matemática na prática, e de uma maneira
divertida. O jogo também requer o uso da memória, o que ajuda bastante o
aluno com outras matérias tradicionais, estimulando e exercitando sua
capacidade criativa e de retenção de informação aprendida. Para a
diretora, o contato que as crianças tem com o Seu Zé é muito importante:
“O Seu Zé é prestativo demais, sempre traz boas contribuições. Tem uma
história de vida rica e gosta de compartilhar”. As aulas são ministradas
entre 4 e 5 da tarde e as crianças disputam uma vaga no tabuleiro, e
quando não conseguem, se aglomeram para observar os colegas jogando, e
torcer pelo seu preferido.
Com forte sotaque, José Miguel dos Santos ou Seu Zé, como é popularmente conhecido, nasceu em Cabo Verde, na parte Sul da África e veio para o Brasil no dia 5 de junho de 1975. Atualmente com 63 anos, está no nosso País há mais de três décadas. Morador da Vila Emil é uma figura bastante conhecida e respeitada pelos vizinhos e amigos.
Seu pai veio para o Brasil quando tinha 14 anos e depois Seu Zé, já com 18 anos, foi trabalhar na cidade de Lisboa em Portugal, onde ficou por um ano. Após esse período na Europa, veio na primeira metade da década de 70 visitar seu pai no Brasil, e ficou até hoje
Com forte sotaque, José Miguel dos Santos ou Seu Zé, como é popularmente conhecido, nasceu em Cabo Verde, na parte Sul da África e veio para o Brasil no dia 5 de junho de 1975. Atualmente com 63 anos, está no nosso País há mais de três décadas. Morador da Vila Emil é uma figura bastante conhecida e respeitada pelos vizinhos e amigos.
Seu pai veio para o Brasil quando tinha 14 anos e depois Seu Zé, já com 18 anos, foi trabalhar na cidade de Lisboa em Portugal, onde ficou por um ano. Após esse período na Europa, veio na primeira metade da década de 70 visitar seu pai no Brasil, e ficou até hoje
pelas oportunidades de trabalho. Adotou
este País como sua casa, mas ainda sente falta de Cabo Verde: “Eu até
tenho vontade de voltar para Cabo Verde, mas agora quando eu for, vai
ser somente para visitar.”
Ainda na infância ganhou do seu pai seu primeiro tabuleiro de Ouri, um jogo de tabuleiro de origem muito antiga e incerta, mas que se acredita ter como origem os egípcios, que mais tarde o introduziram na África, e a partir de lá se disseminou para o mundo, através de escravos negros que chegaram à América e às Antilhas. Ouri era sua brincadeira preferida, porém, seus pais preocupados com o seu rendimento escolar, não o deixavam jogar sempre.
Para não ficar sem sua brincadeira favorita, Seu Zé jogava escondido com os amigos, improvisando um tabuleiro, em qualquer lugar, sempre que podiam: “Na infância, fazíamos buracos no chão para jogar Ouri. Ao invés de jogar com sementes, jogávamos com coco de cabra seco.”
Por Rômulo Almeida
Fotos: Monique Oliveira
Projeto AFRICAS
Escola Estadual Municipalizada Santos Dumont - Rua cesário, nº 276 – Jacutinga
Realizado de Fevereira a Junho 2010
Objetivos
Levar alunos a se interessarem pela cultura africana de uma forma criativa, lúdica e divertida.
Público alvo
Todos os alunos da escola
Participação e Implantação
Todos os professores, orientadores e profissionais que atuam na Escola.
Se você conhece um professor que inove o modo de ensinar, deixando de lado a tradicional fórmula aluno/ professor/ sala de aula/ livros, contribua com o espaço “Escola por quem faz”, que tem o objetivo de valorizar o trabalho dos mestres educadores da cidade de Mesquita. Envie aqui a sua sugestão.
Ainda na infância ganhou do seu pai seu primeiro tabuleiro de Ouri, um jogo de tabuleiro de origem muito antiga e incerta, mas que se acredita ter como origem os egípcios, que mais tarde o introduziram na África, e a partir de lá se disseminou para o mundo, através de escravos negros que chegaram à América e às Antilhas. Ouri era sua brincadeira preferida, porém, seus pais preocupados com o seu rendimento escolar, não o deixavam jogar sempre.
Para não ficar sem sua brincadeira favorita, Seu Zé jogava escondido com os amigos, improvisando um tabuleiro, em qualquer lugar, sempre que podiam: “Na infância, fazíamos buracos no chão para jogar Ouri. Ao invés de jogar com sementes, jogávamos com coco de cabra seco.”
Por Rômulo Almeida
Fotos: Monique Oliveira
Projeto AFRICAS
Escola Estadual Municipalizada Santos Dumont - Rua cesário, nº 276 – Jacutinga
Realizado de Fevereira a Junho 2010
Objetivos
Levar alunos a se interessarem pela cultura africana de uma forma criativa, lúdica e divertida.
Público alvo
Todos os alunos da escola
Participação e Implantação
Todos os professores, orientadores e profissionais que atuam na Escola.
Se você conhece um professor que inove o modo de ensinar, deixando de lado a tradicional fórmula aluno/ professor/ sala de aula/ livros, contribua com o espaço “Escola por quem faz”, que tem o objetivo de valorizar o trabalho dos mestres educadores da cidade de Mesquita. Envie aqui a sua sugestão.
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