Uma das mudanças mais importantes em nossa legislação educacional diz respeito à inclusão da história e da cultura afro-brasileira nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio públicos e particulares. |
É o resgate de uma dívida acumulada ao longo de séculos de políticas sociais, econômicas e culturais marcadas pela exclusão.
“O saber é uma luz que existe no
homem. É a herança de tudo aquilo que nossos ancestrais puderam
conhecer e que se encontra latente em tudo que nos transmitiram, assim
como o baobá já existe em potencial em sua semente.”
Amadou Hampâte Ba, escritor africano do Mali
Essa situação perversa é o alvo da Lei nº 10.639/03 – ela permite o resgate da linha histórica que antecede o tráfico de escravos de origem africana para o Brasil e recoloca o negro como um personagem central na formação da nação brasileira. É nesse contexto que o projeto “Negro olhar” está inserido. Apresenta a história africana como um instrumento de resgate da cidadania, afirmando a riqueza, a força e a importância da participação do negro em nossa sociedade desde o período colonial até os dias atuais.
Essa situação perversa é o alvo da Lei nº 10.639/03 – ela permite o resgate da linha histórica que antecede o tráfico de escravos de origem africana para o Brasil e recoloca o negro como um personagem central na formação da nação brasileira. É nesse contexto que o projeto “Negro olhar” está inserido. Apresenta a história africana como um instrumento de resgate da cidadania, afirmando a riqueza, a força e a importância da participação do negro em nossa sociedade desde o período colonial até os dias atuais.
O projeto, desenvolvido na Escola
Municipal Dr. Deoclécio Dias Machado Filho, localizada no Cosmorama,
apresenta, de forma clara e contundente, uma cultura negra que é, ao
mesmo tempo, africana e brasileira, e, acima de tudo, coerente com sua
história, tradições e peculiaridades. A professora Márcia Nabuco
coordenou o projeto e justifica a proposta: “Estudamos a história da
Mesopotâmia, da Grécia, de Roma ou ainda a Reforma Religiosa, a
Revolução Francesa, a Revolução Industrial e a Independência Americana.
Esses fatos explicam sim nossas realidades ou alguns momentos de nossa
História e é, portanto importante o seu estudo. E a África? Por que não
estudar a história da África, origem da civilização, em um país como o
nosso, predominantemente marcado pela miscigenação?”.
Valorizar a história e a cultura
Em uma das vertentes do projeto, os profissionais da escola foram estimulados a trabalhar a sua identidade e a redefinir as concepções que possuem sobre temas como racismo, preconceito, ideologia, cultura, gênero e estereótipos. Outra ação importante foi a criação de um acervo bibliográfico de apoio aos educadores da escola, dirigido à valorização da história e da cultura afro-brasileira. Há também um blog ( www.projetonegroolhar.blogspot.com ), catálogo de filmes e acervo de filmes em DVD.
“Ao criar e desenvolver o projeto, tivemos a intenção de criar condições para que os professores desenvolvessem trabalhos sobre o tema. Assim, levantamos informações, criamos uma sala multiuso chamada Espaço África, apresentamos filmes, organizamos exposições e até fizemos visitas ao Museu do Pontal e ao consulado de Angola. Toda semana houve alguma atividade relacionada ao projeto aqui na escola”, explica. Até mesmo a tradicional Festa Junina abriu as portas para o projeto e reservou um espaço para especial a africanidade, o “Cantinho Afro-Brasileiro”, com direito a canjica e caldinho de feijão.
Outro objetivo alcançado pelo projeto foi a integração entre os diversos segmentos. Márcia explica que era percebida uma lacuna entre os alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Nas nossas atividades, os trabalhos exibidos foram desenvolvidos por alunos de todos os níveis, sem discriminação. Todos expuseram e foram valorizados por suas participações”.
Entre as atividades relacionadas ao projeto, “Lugar de negro é...” foi considerada uma das mais marcantes. “Ali, nós mostramos que o negro ocupa postos importantes em nossa sociedade e no mundo. Mostramos o Barack Obama, negro e presidente dos Estados Unidos. Mostramos, com Martin Luther King, a influência do negro nos movimentos sociais. Também mostramos a força do Black Power e da música negra”. Com isso, mostramos aos nossos alunos que eles têm motivos de sobra para orgulharem-se de suas origens e que podem, e devem, lutar pelo espaço a que têm direito em nossa sociedade”, concluiu.
Projeto Negro Olhar
Escola Municipal Dr. Deoclécio Dias Machado Filho
Realizado entre fevereiro e dezembro de 2009
Objetivos
- Levar alunos e educadores a reconhecer e afirmar a contribuição da população negra na construção da cultura e da sociedade brasileira, incluindo ainda a questão racial como objeto de reflexão.
- Implantar, como determina a Lei nº 10.639/03, a inclusão do estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à História do Brasil, em nível global na Escola Municipal Dr. Deoclécio Dias Machado Filho.
Público alvo
- Todos os professores e profissionais da escola;
- Todos os alunos do ensino fundamental nos turnos da manhã, tarde e noite.negro_olhar4
Equipe
Coordenação: Márcia Nabuco
Participação: Fábio Melo
Implantação: Teresa de Oliveira, Marise Gualberto, Áurea Lobo e Paulo Ferrari
Por Gerson Tavares
Fotos: divulgação
Em uma das vertentes do projeto, os profissionais da escola foram estimulados a trabalhar a sua identidade e a redefinir as concepções que possuem sobre temas como racismo, preconceito, ideologia, cultura, gênero e estereótipos. Outra ação importante foi a criação de um acervo bibliográfico de apoio aos educadores da escola, dirigido à valorização da história e da cultura afro-brasileira. Há também um blog ( www.projetonegroolhar.blogspot.com ), catálogo de filmes e acervo de filmes em DVD.
“Ao criar e desenvolver o projeto, tivemos a intenção de criar condições para que os professores desenvolvessem trabalhos sobre o tema. Assim, levantamos informações, criamos uma sala multiuso chamada Espaço África, apresentamos filmes, organizamos exposições e até fizemos visitas ao Museu do Pontal e ao consulado de Angola. Toda semana houve alguma atividade relacionada ao projeto aqui na escola”, explica. Até mesmo a tradicional Festa Junina abriu as portas para o projeto e reservou um espaço para especial a africanidade, o “Cantinho Afro-Brasileiro”, com direito a canjica e caldinho de feijão.
Outro objetivo alcançado pelo projeto foi a integração entre os diversos segmentos. Márcia explica que era percebida uma lacuna entre os alunos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e da Educação de Jovens e Adultos (EJA). “Nas nossas atividades, os trabalhos exibidos foram desenvolvidos por alunos de todos os níveis, sem discriminação. Todos expuseram e foram valorizados por suas participações”.
Entre as atividades relacionadas ao projeto, “Lugar de negro é...” foi considerada uma das mais marcantes. “Ali, nós mostramos que o negro ocupa postos importantes em nossa sociedade e no mundo. Mostramos o Barack Obama, negro e presidente dos Estados Unidos. Mostramos, com Martin Luther King, a influência do negro nos movimentos sociais. Também mostramos a força do Black Power e da música negra”. Com isso, mostramos aos nossos alunos que eles têm motivos de sobra para orgulharem-se de suas origens e que podem, e devem, lutar pelo espaço a que têm direito em nossa sociedade”, concluiu.
Projeto Negro Olhar
Escola Municipal Dr. Deoclécio Dias Machado Filho
Realizado entre fevereiro e dezembro de 2009
Objetivos
- Levar alunos e educadores a reconhecer e afirmar a contribuição da população negra na construção da cultura e da sociedade brasileira, incluindo ainda a questão racial como objeto de reflexão.
- Implantar, como determina a Lei nº 10.639/03, a inclusão do estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política, pertinentes à História do Brasil, em nível global na Escola Municipal Dr. Deoclécio Dias Machado Filho.
Público alvo
- Todos os professores e profissionais da escola;
- Todos os alunos do ensino fundamental nos turnos da manhã, tarde e noite.negro_olhar4
Equipe
Coordenação: Márcia Nabuco
Participação: Fábio Melo
Implantação: Teresa de Oliveira, Marise Gualberto, Áurea Lobo e Paulo Ferrari
Por Gerson Tavares
Fotos: divulgação
Fonte: Página do "Escola por quem faz" da Prefeitura de Mesquita
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